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Goj tỹ Urussanga

 Urussanga|Santa Catarina|2021-2022 

 

Mais de 500 anos marcam a chegada da colonização na América Latina. Desde então, os territórios latinoamericanos,  reconhecidos por sua riqueza mineral, vêm sendo explorados e sufocados por ações extrativistas. Mas quem detém a autonomia sobre essa riqueza? E o que nos resta em nome do “progresso”?

Na bacia hidrográfica do Rio Urussanga, em Santa Catarina, Sul do Brasil, a exploração do minério de carvão ainda em curso, deixou e deixa seus rastros de contaminação no solo, no ar, nos rios (que deságuam no oceano) e nos lençóis freáticos. Montanhas e montanhas de rejeito, estradas criadas com rejeito, ruínas das empresas de mineração, minas abandonadas e  rios laranjas, – completamente mortos, contaminados pelo enxofre, pelo mercúrio e por todos os sulfatos liberados a partir dos resíduos de minério de carvão  de compõem a paisagem desta região. 

More than 500 years mark the arrival of colonization in Latin America. Since then, Latin American territories, acknowledged for their mineral wealth, have been exploited and suffocated by extractive activities. Yet who holds the autonomy over this wealth? And what is left for us under the name of "progress"?

At the Urussanga River watershed, in Santa Catarina, Southern Brazil, the ongoing exploitation of coal ore has left and continues to leave its trails of contamination in the soil, air, rivers (which flow into the ocean), and aquifers. Mountains and more mountains of tailings, roads created with the tailings, ruins of mining companies, abandoned mines, and orange-colored rivers – completely dead, contaminated by sulfur, mercury, and all other sulfates released from the coal ore dumps - compose the landscape of this region.

 

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 Bacia hidrográfica do Rio Urussanga| Maio de 2021 ( Mineradoras abandonadas e Jazidas sendo estudadas para exploração)

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 Bacia hidrográfica do Rio Urussanga| Maio de 2021  (Mineradoras abandonadas e Jazidas sendo estudadas para exploração)

Goj tỹ Urussanga*– Rio Urussanga, foi uma ação de pesquisa desenvolvida nesta bacia hidrográfica, sobretudo às margens do rio Carvão e do rio Urussanga. Contando com a participação de moradores e artistas locais, nos lançamos num mergulho nas veias e rastros da mineração. Olhar. Sentir. Cheirar. Escutar. Deixar emergir as forças e vozes silenciadas, sufocadas e dizimadas por um sistema colonial e colonizante. Agir, individual e coletivamente contra um sistema, re-sensibilizando e libertando nossos corpos-território, para que possam proteger os territórios-corpo que ainda nos restam.

*Tradução em  Kaingang|Xokleng

Goj tỹ Urussanga*– Urussanga River was a research activity developed in this hydrographic basin, especially on the margins of the Carvão River and the Urussanga River. Having the participation of local residents and artists, we launched ourselves in a dive into the veins and traces of mining. To look. To feel. To smell. To listen. The emergence of the forces and voices silenced, stifled, and decimated by a colonial and colonizing system. To act, individually and collectively, against a system, re-sensibilizing and liberating our body-territories so that they may protect the territories-body that still remain for us. 

*Translation for Portuguese from Kaingang|Xokleng

Ficha Técnica

Co-criação: Walmeri Ribeiro, Ana Emerich, Sofia Mussolin, Eloisa Brantes
Performance, pesquisa e  imagens de campo: Walmeri Ribeiro
Direção de cena e dramaturgia: Eloisa Brantes
Direção de fotografia, câmera, montagem e finalização: Sofia Mussolin
Pesquisa, sons originais e composição sonora: Ana Emerich

Não se pode tocar, está em mim, está em nós é uma performance e videoinstalação, que traz como questão estético-política central o extrativismo mineral e os modos de vida contemporâneos. A partir de uma pesquisa performativa imersiva realizada em áreas de rejeito de minério de carvão na bacia hidrográfica do rio Urussanga, no sul do Brasil, como parte do projeto Territórios Sensíveis- Goj tỹ Urussanga, nos lançamos ao campo da memória corporificada na construção poética de um convite a uma reflexão coletiva.

 A exploração desenfreada de recursos naturais, impactam solo, rios, lençóis freáticos, ar e mar. As consequências e sensações estão em nossos corpos, adoecidos pela contaminação e sufocados em um contexto sistêmico, que nos rouba sensibilidades, nos expondo a violências já incorporadas ao nosso cotidiano. Como, então, re-sensibilizar nossos corpos, criando possíveis formas de sobrevivência em meio aos rastros e veias abertas do Antropoceno?

You can't touch it, it's in me, it's in us is a performance and video installation, which brings as central aesthetic-political issue the mineral extractivism and contemporary ways of life. Based on an immersive performative research conducted in areas of coal ore tailings in the hydrographic basin of the Urussanga river, in southern Brazil, as part of the project Sensitive Territories - Goj tỹ Urussanga, we launched ourselves into the field of memory embodied in the poetic construction of an invitation to collective reflection.

 The unbridled exploitation of natural resources impacts soil, rivers, groundwater, air, and sea. The consequences and sensations are in our bodies, sickened by contamination and suffocated in a systemic context that robs us of our sensibilities, exposing us to violence already incorporated in our daily lives. How, then, can we re-sensitize our bodies, creating possible forms of survival amidst the tracks and open veins of the Anthropocene?

Ficha Técnica

Co-criação: Walmeri Ribeiro, Ana Emerich, Sofia Mussolin, Eloisa Brantes
Performance, pesquisa e  imagens de campo: Walmeri Ribeiro
Direção de cena e dramaturgia: Eloisa Brantes
Direção de fotografia, câmera, montagem e finalização: Sofia Mussolin
Pesquisa, sons originais e composição sonora: Ana Emerich

Não se pode tocar, está em mim, está em nós - Performance e Videoinstalação

Galeria Note|Lisboa| Portugal|2022

Não se pode tocar, está em mim, está em nós - Performance e Vídeo Instalação- foi apresentada ao vivo na Galeria NOTE, em Lisboa, à convite da  curadora e diretora Bárbara Silva. Nesse desdobramento da obra audiovisual, - inicialmente criada para o projeto Cena Agora: Arte e Ciência, do Itáu Cultural -, criamos uma cena intimista onde os corpos presentes pudessem ser afetados pelos "rejeitos"do carvão ali lançados, além disso, a performance contava com uma corporeidade e sonoridade da cena em diálogo com imagens e os sons do vídeo. já a instalação foi composta pelos rastros e vestígios deixados no papel e o vídeo projetado. 

**Esta exposição contou com  apoio FAPERJ para sua realização.  

You can't touch it, it's in me, it's in us - Performance and Video Installation - was presented live at NOTE Gallery, in Lisbon, invited by the curator and director Bárbara Silva. In this development of the audiovisual work, - initially created for the project Cena Agora: Arte e Ciência, of Itáu Cultural - we created an intimate scene where the bodies present could be affected by the "waste" of coal thrown there, moreover, the performance had a corporeality and sound of the scene in dialogue with images and sounds of video. 

**This exhibition was supported by FAPERJ. 

 

Ficha Técnica 

Performance: Walmeri Ribeiro

Concepção da instalação: Walmeri Ribeiro e Eloísa Brantes


 

Vídeo

Co-criação: Walmeri Ribeiro, Ana Emerich, Sofia Mussolin, Eloisa Brantes
Performance, pesquisa e  imagens de campo: Walmeri Ribeiro
Direção de cena e dramaturgia: Eloisa Brantes
Direção de fotografia, câmera, montagem e finalização: Sofia Mussolin
Pesquisa, sons originais e composição sonora: Ana Emerich

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